Escola Estadual Prof Waldocke Fricke de Lyra

 

Este ano mostraremos aqui uma série de reportagens sobre escolas que vêm se destacando na OBMEP. São casos que mostram como todo o ambiente escolar - gestores, professores, alunos e responsáveis - tem sido beneficiado por trocas de experiências bastante frutíferas.


Localizada no Parque São Pedro (bairro também conhecido como “antiga invasão da Carbrás”), em Manaus, a Escola Estadual Waldocke Fricke de Lyra vem, nos últimos anos, posicionando-se dentre as de melhor desempenho em todo o estado do Amazonas na OBMEP, juntamente com outra escola estadual, a Brigadeiro João Camarão Telles Ribeiro, gerida pela Aeronáutica.

 

As primeiras medalhas da Waldocke Fricke de Lyra vieram em 2012 – uma prata e um bronze (além de nove menções honrosas). Em 2013, as premiações mais do que triplicaram: foram uma prata, onze bronzes e 23 menções honrosas. Até que, em 2014, na 10ª edição da Olimpíada, comemorou-se (e muito) a conquista da primeira medalha de ouro, do aluno Yuri Macedo Michele. Além do ouro, foram duas pratas, 10 bronzes e 22 menções honrosas. Na OBMEP 2015, o gostinho do ouro foi sentido mais uma vez, com a conquista do aluno Gabriel Soares da Cruz Cassimiro. Além dele, também foram premiados 30 alunos da escola, sendo um com prata, sete com bronze e 22 com menção honrosa.

 

Em poucos anos, a escola saiu de uma situação de resultados tímidos na OBMEP, com apenas algumas menções honrosas entre 2005 e 2011, para um patamar de destaque na Olimpíada a partir de 2012. No IDEB, o salto também foi extraordinário: no 5º ano, a pontuação passou de 3.3 em 2011 para 6.1 em 2013, e no 9º ano, de 3.1 em 2011 para 5.8 em 2013. Também a partir de 2012, a escola vem sendo premiada, com recursos extras, pelo governo do estado do Amazonas por atingir todas as metas estabelecidas – como, por exemplo, a diminuição significativa dos índices de absenteísmo, repetência e evasão.

 

O que explica essa virada radical em tão pouco tempo foi a mudança de gestão ocorrida em 2012, quando a Polícia Militar do Estado do Amazonas teve de assumir a gestão da escola, em virtude de problemas de segurança que afetavam professores, alunos e seus familiares.

 

- A Polícia Militar assumiu a escola por reinvindicação da própria comunidade e por determinação do governo. A comunidade fez o pleito, apresentando um abaixo-assinado, em função da violência na região e do vandalismo no interior da escola. O processo começou em fevereiro de 2012. Foi feita uma visita técnica e elaborado um relatório que apontava os principais problemas. A escola precisava de reformas urgentes, e os alunos, de uniformes e material didático. Foi selado um acordo entre a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e a PM, que passou a administrar a escola, criando o 3º Colégio Militar da Polícia Militar - relembra o Coronel Rudnei Caldas, gestor da Waldocke Fricke de Lyra entre fevereiro de 2012 e dezembro de 2014.

 

Segundo Caldas, o envolvimento dos familiares dos alunos com a escola foi visto como o primeiro e principal desafio para que o projeto da nova gestão tivesse êxito.

 

- Precisávamos convencer a comunidade de que a mudança seria benéfica para todos, que valia a pena cumprir as normas estabelecidas em nosso regimento interno. Em reuniões com os responsáveis, apresentamos os resultados obtidos no 2º Colégio Militar da Polícia Militar, que eu havia comandado, e levamos para dar um depoimento uma ex-aluna que fora aprovada em 2º lugar na UFAM e em 3º na UEA no curso de Medicina. A aluna tinha uma condição financeira semelhante à dos jovens da comunidade. Todos – alunos e familiares - se identificaram com ela.

 

Primeiras medidas

 

Segundo Caldas, ainda no primeiro ano da nova gestão, todos os banheiros foram consertados, a escola foi pintada, vidros foram substituídos, carteiras novas foram colocadas nas salas de aula e novos aparelhos de ar condicionador foram instalados.

 

- A contrapartida dos alunos deveria ser horário de entrada e de saída - eram proibidos atrasos sem justificativa. Quem não fizesse as tarefas deveria ficar na escola no 6º tempo de aula para fazê-las. Tarefas não feitas por três vezes implicavam a exigência da presença dos responsáveis. Três faltas geravam a visita da patrulha escolar, composta por um policial e uma psicóloga-pedagoga, que visitavam a casa do aluno que estava faltando sem justificativa.

 

Melhoradas as condições físicas da escola e implantadas as regras disciplinares, partiu-se para a implantação de um novo projeto pedagógico:

 

- Passamos a envolver e inscrever os alunos nas principais olimpíadas de conhecimento, sobretudo nas de Matemática e Português. E um fato muito importante foi o recebimento de 16 professores - oito de Português e oito de Matemática - para o reforço dos alunos com dificuldades nestas disciplinas. Estes deveriam frequentar o contra turno para serem nivelados com os demais. Tínhamos alunos na 7ª serie que não sabiam ler, e eles passaram a ter de frequentar dois turnos letivos. Conseguimos dar almoço para os alunos de dois turnos e para os que participavam das aulas preparatórias para a OBMEP. Confeccionamos camisetas para os alunos das turmas da OBMEP, que as usavam durante as aulas e, com isso, despertavam o interesse dos demais. Em pouco tempo, as mudanças já eram sentidas por todos. Passamos a ver meninos educados, corteses, respeitando os mais velhos, e pais maravilhados com as mudanças percebidas no comportamento dos filhos. Os motoristas de ônibus da região faziam questão de conduzir nossos alunos por causa da postura deles. Enfim, eram histórias maravilhosas vindas de todas as partes.

 

De acordo com o coronel Caldas, a comunidade se transformou na grande aliada da escola, participando dos seus eventos e se envolvendo cada vez mais na educação dos filhos:

 

- Algumas mães foram autorizadas a participar das aulas para acompanhar os filhos e ajudá-los a superar as dificuldades que apresentavam. Uma delas até virou professora em função disso. Os pais se tornaram os maiores defensores do nosso projeto, porque viam que estávamos exigindo presença, pontualidade, respeito e empenho, e, em troca, estávamos oferecendo o que uma boa escola deve oferecer: educação de qualidade, segurança, ambiente limpo e, sobretudo, perspectivas para o futuro. E os valores difundidos no interior da escola foram repassados no interior das famílias e da comunidade. O clima de segurança com a presença da PM na escola resgatou a confiança da vizinhança. Ocupamos os alunos com estudos, deveres de casa, aulas de reforço e aulas voltadas para as olimpíadas. Com isso, retiramos das ruas uma grande quantidade de crianças e de jovens que eram vítimas da cooptação de traficantes e de outros marginais.

 

Os bons resultados colhidos na OBMEP e nas avaliações federal e estadual devem ser atribuídos, na avaliação do coronel, à parceria entre as famílias e a escola, sendo esta representada por professores, alunos, equipe pedagógica e demais funcionários civis e militares:

 

- Houve uma ampliação da visão da comunidade, que hoje enxerga perspectivas melhores para os jovens por meio da educação. Cada resultado conquistado na OBMEP é amplamente divulgado nas reuniões, solenidades militares, banners e quadros de avisos. Sempre procuramos valorizar e divulgar as conquistas dos alunos e o trabalho de todos os envolvidos. Os tempos em que trabalhei com educação e estive à frente da Escola Estadual Professor Waldocke Fricke de Lyra foram os meus melhores dias como policial - conclui Caldas.

 

Continuar melhorando

 

O atual gestor da escola, Major Alysson Lima, que assumiu a direção em janeiro de 2015, também atribui os ótimos resultados da escola em tão pouco tempo à “sinergia entre professores, funcionários (civis e militares), alunos e responsáveis”.

 

- Todos devem convergir para o mesmo ponto, que é o aluno. A Waldocke é um colégio estadual gerido por militares e regido pelas normas militares, com professores civis, da Seduc, que entenderam os motivos de estarmos aqui e abraçaram a nossa causa. Agora, precisamos continuar identificando onde podemos melhorar. Sempre me reúno com o Carlos Alberto Cruz, coordenador pedagógico, e com o Capitão Idevandro dos Santos, subcomandante, para avaliarmos de que maneira podemos continuar avançando. O que os melhores colégios públicos e particulares de Manaus estão fazendo que também  podemos  fazer?

 

Alysson diz que hoje o maior problema da escola é administrar a demanda por vagas, que triplicou este ano em relação ao anterior:

 

-  O colégio virou uma referência nacional, por causa, principalmente, das conquistas na OBMEP. Fomos homenageados na Câmara Municipal e na Assembleia  Legislativa, e a mídia também contribuiu para nos dar mais visibilidade. Com isso, estudantes não só dos bairros mais próximos, mas também de bairros distantes, assim como alunos de escolas particulares, passaram a querer estudar aqui. Hoje, temos cerca de 2.000 alunos, em três turnos, do 5º ano do Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. E a prioridade tem de ser para os jovens da própria comunidade. Há outros colégios da Polícia Militar sendo implantados no estado, e torcemos para que eles possam atender à procura dos alunos.

 

Segundo o major, também vem aumentando consideravelmente na Waldocke o número de alunos interessados em participar das aulas preparatórias para as provas da OBMEP:

 

- Com a medalha de ouro em 2014, o grupo de alunos selecionados para o treinamento da OBMEP dobrou de 20 para 40 alunos. E este ano dobrou de novo. Há alunos que não participaram no ano passado nem no ano retrasado e querem participar agora. A OBMEP trouxe uma visão diferenciada da Matemática para os nossos alunos. Percebemos que o velho medo da matéria está sendo substituído por uma atitude de querer aprender, de buscar o conhecimento, de apreciar desafios. Ao aprender a resolver os problemas matemáticos, o aluno se torna capaz de aprender mais facilmente outras matérias como História, Geografia, Português, Química, Física... Minha missão, aqui na Waldocke, é continuar o trabalho iniciado pelo coronel Caldas, e tenho certeza de que, quando eu sair daqui, o trabalho voltado para a OBMEP será mantido e a escola continuará melhorando.

 

Alunos e professores aprendendo

 

Responsável pela OBMEP na escola e professor do 1º ano do Ensino Médio, Maxwell da Silva Colares foi contratado em 2012 para dar aulas de reforço em Matemática:

 

- Naquele ano, também dei aulas de preparação para a prova da 2º fase da OBMEP, e a escola conquistou suas duas primeiras medalhas - uma de prata e uma de bronze. O coordenador pedagógico, Carlos Alberto Cruz, trazido pela nova gestão da Polícia Militar, me convidou para continuar e aceitei. Em 2013, passei a ser o responsável geral pela OBMEP, mas os nove professores de Matemática da escola se envolvem com a Olimpíada. Todos os alunos são inscritos e incentivados a participar da prova da 1ª fase. Para um grupo de alunos com bons resultados em edições anteriores e indicados pelos professores e pedagogos, damos aulas preparatórias no contraturno, entre fevereiro até a prova da 2ª fase. São duas – às vezes três – aulas por semana, de duas horas cada.

 

Para Maxwell, um dos segredos do sucesso da Olimpíada junto aos alunos é o tipo de problema que ela apresenta em suas provas e bancos de questões:

 

- Os problemas da Olimpíada são desafiadores, e isso motiva os alunos. Agora, quando um professor faz um cálculo errado sem querer no quadro, eles falam: ‘professor, tem um erro aí’. Para mim, como professor, a OBMEP também foi muito importante, porque me vi obrigado a aprender cada vez mais. Recentemente, fiz uma prova do PROFMAT (Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional, da Sociedade Brasileira de Matemática) e me senti em casa. Hoje, um colega aqui da escola me procurou dizendo que também tem interesse em dar aulas de Matemática olímpica e que gostaria de ter uma preparação para isso.

 

Coordenadora da área de exatas e professora de Matemática do 7º ano do Ensino Fundamental e do 1º ano do Ensino Médio, Monalisa dos Santos Bezerra compartilha com Maxwell a percepção a respeito dos benefícios trazidos pela Olimpíada:

 

- Além de aumentar o interesse dos alunos pela Matemática, a OBMEP também melhora o senso crítico, a autoestima, a confiança deles. Mais seguros, eles conseguem aprender melhor, e não só Matemática. Hoje, a nossa escola é um sonho de consumo dos alunos, da comunidade. Os alunos têm orgulho de estudar aqui. Eles vêm de famílias humildes que veem a educação como oportunidade de uma vida melhor. E nós, professores, nos sentimos honrados de trabalhar em uma escola com esse ambiente, de entrar em uma sala de aula onde nos sentimos respeitados e valorizados, onde podemos preparar e dar uma boa aula.

 

Foco em Matemática e Língua Portuguesa

 

Ao ser convidado pelo coronel Caldas para acompanhá-lo em sua missão de administrar a Waldocke, a partir de 2012, o professor de sociologia e pedagogo Carlos Alberto Cruz não hesitou:

 

- Tínhamos realizado um trabalho com resultados muito bons no 2º Colégio Militar da Polícia Militar, mas muitas pessoas diziam que lá era fácil, por ser uma escola de tempo integral, com alunos de classe média. Então, ir para uma escola com toda sorte de problemas, de uma comunidade marcada pela pobreza e violência, era um senhor desafio. Era a oportunidade de mostrar que a nossa gestão poderia fazer a diferença em qualquer lugar. Se nós, que viemos de cidades do interior onde as oportunidades são mínimas, conseguimos ser o que somos hoje, por que não poderíamos transformar a vida daqueles alunos?

 

Como coordenador pedagógico da Waldocke, Carlos Alberto teve carta branca para adotar uma estratégia aparentemente trivial: foco em Matemática e Língua Portuguesa.

 

- Se reforçamos o ensino de Matemática e português, até para preencher as lacunas de aprendizado dos alunos, fica mais fácil ensinar as outras matérias. Uma das primeiras coisas que fizemos foi quebrar o tabu de que Matemática é difícil, de que só a entende quem nasceu com dom para ela. E inscrevemos os alunos na OBMEP e os incentivamos a participar, mostrando o exemplo de estudantes que haviam sido premiados. Se eles podem, vocês também podem – era a mensagem que procuramos lhes passar. Enfim, começamos a ser mais do que professores, pedagogos. Começamos a ser agentes dos sonhos dos nossos alunos. Todos os nossos professores de Matemática foram orientados a trabalhar com os materiais fornecidos pela OBMEP. Hoje, posso dizer que a Olimpíada simboliza o ensino de qualidade da nossa escola. Os alunos se sentem orgulhosos de estarem em uma escola onde a Matemática é valorizada. Por isso que o meu termômetro para saber como os alunos estão em Matemática é a OBMEP. E a proficiência deles hoje nesta matéria é de aproximadamente 80%. Se percebessem a mudança que uma ferramenta como a OBMEP pode trazer, com certeza outras escolas também a utilizariam.

 

Depoimento do Capitão Idevandro Ricardo Colares dos Santos, subcomandante do 3º Colégio Militar da Polícia Militar (Escola Estadual Waldocke Fricke de Lyra):

 

“Quando o coronel Caldas me ligou convidando para eu ir trabalhar com ele naquele que viria a ser o 3º Colégio Militar da Polícia Militar, não pensei duas vezes, porque já o conhecia. No início, foi um choque, porque o policial militar está acostumado a atuar na rua, combatendo o crime. Perguntei ao coronel qual era a minha missão aqui, e ele disse: “a tua missão é ajudar a transformar essa escola na melhor escola de Manaus. Vai demorar, não vai ser fácil, vamos ter de trabalhar 11, 12 horas por dia. Mas vamos conseguir”.

 

. “Hoje, quatro anos depois, posso dizer com o maior orgulho, sem nenhuma demagogia: não foi só essa escola que mudou. A escola também está mudando a comunidade em que ela está inserida. É muito bom ver a Polícia Militar fazendo um trabalho social, como o que estamos realizando aqui. A polícia não precisa trabalhar apenas combatendo o crime, na repressão; ela pode agir também na prevenção”.

 

. “Daqui a um tempo é disso que eu vou lembrar, com muita satisfação: que ajudei a deixar um legado, a transformar vidas, por meio da educação. Que ajudei a mudar esse bairro, o Parque São Pedro, que era chamado de invasão”.

 

. “Nosso objetivo é fazer com que o aluno daqui entenda que ele pode alcançar o que deseja, independente da classe social dele. Não importa se a escola é militar ou não, e sim as mudanças de vida que ela está promovendo. E é isso que estamos fazendo. Infelizmente, há pessoas que não gostam da nossa escola só por ela ser da PM, mas eu pergunto: o que essas pessoas estão fazendo para mudar a vida de alguém?”.

 

. “Aqui é um grupo. O sucesso da escola não é porque ela é da Polícia Militar. O sucesso se deve ao trabalho de um grupo: gestores, professores, alunos e, principalmente, os pais. Por isso, desde o início, fizemos incontáveis reuniões com os responsáveis pelos alunos, porque a mudança na educação acontece em casa também”.  

 

. “Hoje temos resultados cada vez melhores na OBMEP, e essa mudança começou na casa de cada aluno. Porque os pais abraçaram a nossa causa e sempre nos diziam nas reuniões: quero que meu filho também ganhe esse prêmio da Matemática”.

 

. “Trabalhar em uma escola com certeza abriu muito a minha cabeça. A escola está me ensinando a como ser um pai, e a como não ser. E já me ensinou como ser uma pessoa melhor, um policial melhor, a tratar as pessoas bem, porque as pessoas têm a ideia de que o policial e truculento, é emburrado. Não é. É o dia-a-dia, o estresse. A escola me ensinou a conversar mais, a ir lá fora para apertar as mãos dos pais e conversar com eles. A escola também me ajudou a procurar entender, a me interessar por educação. Hoje quero saber como está a educação no Brasil, no nosso Amazonas. Hoje sinto que sou uma pessoa diferente, melhor, com mais conhecimento. Sou uma pessoa que procura conversar e entender para resolver. Cada aluno é um caso diferente, com sua própria história e problemas. Você não pode julgar uma pessoa usando a famosa jurisprudência lá da Justiça. Cada história tem de ser tratada de forma diferente”.

 

Depoimentos de alunos

 

Gabriel Soares da Cruz Cassimiro, do 8º ano, medalhista de ouro em 2015:

 

“Antes do ouro, no 7º ano, fui bronze no 6º. Fazer a prova da OBMEP pela primeira vez foi uma experiência nova e até estranha. Porque é bem diferente das provas na escola. Envolve muito raciocínio, e, à primeira vista, parece até mais difícil. Isso me estimulou a participar no próximo ano e ir melhor. E a turma preparatória para a OBMEP é uma das melhores coisas que a nossa escola tem. O professor Maxwell e toda a equipe de professores de Matemática foram muito importantes para a minha medalha. E ver um colega, o Yuri, conquistando a primeira medalha de ouro da escola, em 2014, também contribuiu para que eu estudasse ainda mais no 7º ano. Eu o vi sendo muito reconhecido e pensei: também quero. Estou pensando muito na cerimônia de premiação, este ano, no Rio de Janeiro. Já estive lá com meus pais, a passeio, mas desta vez eu vou por mérito próprio, por conta de algo em que vi que sou bom”.

 

Kelly Laísse Mesquita Viana, do 9º ano, premiada com bronze em 2013 e 2014, e com prata em 2015:

 

“Me dei conta de que tinha talento para a Matemática quando ganhei minha primeira medalha na OBMEP. E participar da Olimpíada está sendo muito importante para mim. Sinto que, com o que aprendo nas aulas preparatórias aqui da escola, acabo tendo um desempenho melhor em sala de aula, nas matérias em geral. Na OBMEP, trabalhamos bastante com raciocínio lógico, e isso nos faz pensar além do que já aprendemos nas aulas normais, do que está escrito nos livros. No ano passado, tive de mudar para um bairro do outro lado da cidade, mas não quis sair da Waldocke. Aqui, temos uma boa qualidade de ensino e um ótimo apoio para a OBMEP, o que poucas escolas, infelizmente, têm. Além do ensino, outra qualidade da nossa escola é a disciplina. Pois não adianta uma escola ter uma boa qualidade de ensino se não exigir muito dos alunos. Muitas pessoas que estão fora, que não conhecem o nosso colégio, acabam tirando conclusões precipitadas sobre a disciplina. Para entender bem isso, precisamos voltar um pouco no tempo, antes de o colégio, que é estadual, passar a ser gerido pela Polícia Militar. Antes, havia tráfico de drogas, estudantes armados, entre outras situações muito desagradáveis. E a maioria dos alunos era muito desinteressada. Essa era a realidade... Hoje, temos uma equipe pedagógica que está sempre cobrando dos alunos, e isto é para o nosso bem. Mas não somos tratados como soldadinhos de chumbo ou robôs. Da mesma maneira que exigem respeito, os professores e os policiais têm um respeito muito grande por nós”.

 

Pollyana Macedo Michele, do 8º ano, medalhista de bronze na OBMEP 2015 e irmã do aluno Yuri, medalhista de ouro em 2014:

 

“Com a OBMEP, descobri coisas que não sabia, e acho que isso facilitou ainda mais o aprendizado de outras disciplinas em sala de aula. A Olimpíada abre caminhos. Acho que, com o que estamos aprendendo, vai ser mais fácil entrar depois em uma universidade pública”.

 

Giselly dos Anjos do Nascimento, do 1º ano do Ensino Médio:

 

“Estou na escola desde o 5º ano, quando ela ainda não era militar. E hoje está muito melhor, não só na disciplina, mas no rendimento dos alunos. Os professores fazem de tudo para nós aprendermos. Só comecei a participar da OBMEP no 8º ano. Porque antes da nova gestão, não tínhamos interesse pela Olimpíada. Na verdade, não sabíamos o que era a Olimpíada. Hoje, os professores nos incentivam a participar. Já passei para a 2ª fase, consegui uma menção honrosa, e este ano pretendo estudar mais. Quero conseguir uma medalha e provar para mim mesma que sou capaz. Todo mundo diz: ‘ah, Matemática é difícil, é chata‘... Nada disso! A Matemática está presente na nossa vida do dia a dia. E quando temos um bom professor, ela fica fácil. Os professores aqui da Waldocke ensinam de uma forma que entendemos e passamos a gostar. Eles estão sempre me auxiliando. Sempre que tenho alguma dúvida, quando não entendo uma coisa, eles me ajudam”.




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