Medalhista Maria Lívia foi aprovada em 1º lugar na UnB

 

Brasiliense conquistou 3 medalhas de prata na competição


“É verdade? Você jura? Passou em primeiro lugar? Nós conseguimos?”, perguntou a professora Maria Aparecida Ramos das Neves, emocionada com a conquista da filha Maria Lívia das Neves de Oliveira, aprovada em 1º lugar na Universidade de Brasília (UnB). O vídeo da mãe recebendo a notícia da aprovação viralizou nas redes, e repercutiu em veículos da imprensa como o Metrópoles, Uol e G1. Multimedalhista da OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), Maria Lívia está acostumada a comemorar vitórias. Aos 17 anos, realiza o sonho de passar para a tão sonhada graduação de engenharia ambiental em uma das melhores universidades do país.

A notícia foi recebida com entusiasmo pela família, sobretudo pelos pais, que não puderam fazer o Ensino Superior e viram os dois filhos serem aprovados em universidades públicas. Maria Aparecida conta que, desde a época de competições acadêmicas, vibra com o triunfo da filha. “Ela não levou o ouro na OBMEP mas, para a gente, foi ouro! Eu sempre fiquei muito orgulhosa com as vitórias dela”, disse. 

Para a mãe, ter a filha aprovada em uma das melhores universidades do Brasil não foi uma grande surpresa. “Como ela sempre foi muito dedicada aos estudos, desde pequena, nós sabíamos que ela seria aprovada. Mas, não deixa de ser uma surpresa ela ter passado em primeiro lugar! Ela sempre correu atrás dos estudos, então me emociona muito ver que está conquistando os objetivos”, diz.

O percurso acadêmico de Maria Lívia foi recheado de momentos como este, e não faltou comemoração para cada um dos desafios superados. A história da aluna com a OBMEP se consolidou em julho de 2016, quando ela recebeu sua primeira medalha de prata na competição, aos 11 anos. Na ocasião, em uma cerimônia regional de premiação em Brasília (DF), a estudante disse a um jornal da cidade que a conquista era muito gratificante, porque o seu sonho era cursar engenharia e, para isso, ainda precisava aprender muita matemática.

“Sempre tive boas notas em todas as matérias, inclusive matemática, mas o gosto pela área de exatas foi crescendo ao longo dos anos, na medida em que eu me desafiava mais. Quando fui medalhista da OBMEP pela primeira vez, já sabia que queria seguir uma carreira nesta área e, por isso, respondi que sonhava com engenharia, mas ainda é uma área muito ampla. O legal da engenharia ambiental é que mistura vários conhecimentos, então espero que eu goste e não me decepcione com a graduação”, afirma a estudante.




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Trajetória na OBMEP

Sua estreia na OBMEP aconteceu em 2015, quando cursava o 6º ano do Ensino Fundamental no Centro de Ensino Fundamental Polivalente, na região sul de Brasília. “No início, vi a OBMEP como uma obrigação. Sempre tive facilidade com a matemática, mas não percebia que era realmente boa nisso. Quando saiu o resultado da 2ª fase, abri os meus olhos, porque fui a melhor colocada de toda a escola. Foi uma surpresa, percebi pela primeira vez  do que eu era capaz”, relembrou.

A medalhista conta que a conquista foi bem recebida e devidamente comemorada por seus professores e colegas. “A escola tinha só dois ou três alunos que tinham ganhado um bronze, então a medalha de prata foi um resultado surpreendente para todo mundo”, comentou. A proeza se repetiu mais vezes, quando a brasiliense conquistou outras medalhas de prata durante o 7º e 9º anos do Ensino Fundamental. 

O reconhecimento do colégio  foi importante para que tivesse a dimensão da sua conquista, conta. “Lembro que o diretor da escola chegou a me chamar de ‘aluna de prata’ e nas premiações cheguei a receber medalha do governador, por exemplo. Eu não sabia mensurar o que estava acontecendo, mas hoje acho muito legal que eu tenha sido reconhecida pelo meu esforço.”

Além do crescimento pessoal com a experiência, outros alunos também colheram os frutos da conquista. “Conversei, a pedido da escola, com um grupo de pessoas interessadas na OBMEP e contei toda a minha experiência com o PIC, falei sobre a bolsa e ajudei algumas pessoas a se prepararem. Foi incrível, porque sinto que servi como uma inspiração para eles, que viram alguém próximo conquistar uma medalha”, diz. 

As premiações levaram Maria Lívia a conhecer o Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), onde passou a acessar aulas de matemática aprofundadas com professores da UnB. “Era bem diferente do que eu estudava na escola e eu adorava isso, porque era mais desafiador”, disse. As aulas foram responsáveis por auxiliar nos estudos para a competição e, segundo a aluna, até nas avaliações escolares. 

No ensino médio, ganhou bolsa integral para estudar em um colégio particular, onde seguiu até a formação no 3º ano do Ensino Médio. O próximo passo é começar a tão sonhada graduação em engenharia ambiental. “Por causa da OBMEP, consegui perceber qual seria a minha área desde cedo e tive apoio da minha família para seguir essa escolha, então sou muito grata por ter participado”, afirma.